Total de visualizações de página

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Para Pensar..............

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!
Clarice Lispector

sábado, 19 de novembro de 2011

Frases sobre vinhos...

FRASES
  • "In vino, veritas" (No vinho, a verdade) (Platão)
  • “Se Deus proibisse a bebida, teria ele feito o vinho tão bom?” (Cadial de Richelieu)
  • “O homem é como o vinho, alguns viram vinagre, mas os melhores melhoram com a idade” (Papa João XXIII)
  • “Vinho é como a cerveja, só que diferente.” (George w. Bush)
  • “O vinho é feito para ser bebido assim como a mulher é feita para ser amada. Ambos possuem a frescura da juventude ou o esplendor da maturidade, mas não espere pela decrepitude” (Theophile Malvezin)
  • "Nas vitórias é merecido, mas nas derrotas é necessário" (Napoleão Bonaparte, sobre o champanhe)
  • “O champagne, se você esta buscando a verdade, é melhor que um detector de mentiras. Ele encoraja o homem a ser expansivo e imprudente enquanto o detector de mentiras é apenas um desafio para falar mentiras com sucesso”.
  • "Quando o vinho desce solta-se a língua do homem." (Textos Judaicos)
  • "Os vinhos são como os homens: com o tempo os maus azedam e os bons apuram." (Cícero)
  • "O vinho é a prova constante de que Deus nos ama e nos deseja ver felizes." (Benjamin Franklin)
  • “Claramente os prazeres que o vinho oferece são transitórios. Mas assim são também os do balé ou o de uma apresentação musical. Os vinhos nos inspiram e acrescentam muito ao prazer de viver.” (Napoleão Bonaparte)
  • “Penicilina cura, mas o vinho faz a pessoas felizes” (Alexander Fleming)
  • “Realidade é uma ilusão que ocorre pela falta de vinho” Anonimo
  • "O vinho revela os sentimentos." (Horácio)
  • "O vinho faz esquecer as maiores preocupações." (Sêneca)
  • "Com o vinho se alimentam as forças, o sangue e o calor dos homens." (Plínio, o velho)
  • "Quando o vinho entra os segredos saem." (Textos Judaicos)
  • "O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança, quando tomado com sabedoria." (William Shakespeare)
  • "O vinho e a música sempre foram para mim um magnífico saca-rolhas." (Anton Pavlovitch Tchékhov)
  • "O vinho é o amigo do moderado e o inimigo do beberrão." (Avicena)
  • "O vinho consola os tristes, rejuvenesce os velhos, inspira os jovens e alivia os deprimidos do peso das suas preocupações." (Lord Byron)
  • “O vinho oferece mais quantidade de possibilidades de aproveitamento e a apreciação que possivelmente qualquer outra coisa puramente sensorial que possa ser comprada” (Ernest Hemingway)
  • "O vinho que se bebe com medida jamais foi causa de dano algum." (Miguel de Cervantes)
  • "O vinho foi dado ao homem para acalmar suas fadigas." (Eurípedes)
  • "O vinho é composto de humor líquido e luz." (Galileu Galilei)
  • "Vence as preocupações com o vinho." (Petrônio)
  • "O vinho é o sangue da terra." (Plínio)
  • “Vinho é poesia engarrafada” (Robert Louis Stevenson)
  • “Existe mais filosofia em uma garrafa de vinho do que em todos os livros." (Pasteur)
  • "Existem mais de mil anos de história em uma velha garrafa." (Paul Claudel)
  • "O vinho tem o poder de encher a alma de toda verdade, de todo o sabor e de filosofia." (Bossuet)
  • "Bebe vinho! Só ele te dará a mocidade, ele é vida eterna." (Omar Khayyam)
  • “O vinho alegra o coração do homem; e a alegria é a mãe de todas as virtudes." (Goethe)
  • "O vinho é o mais belo presente que Deus fez aos homens." (Platão)
  • "O bom vinho é óleo puro para a lâmpada do intelecto: dá alma, força e impulso até o firmamento." (Gottfried Burger)
  • “O homem é como o vinho, deve ser mantido na horizontal com a rolha devidamente umidecida, caso contrário a rolha seca, murcha e ele vira vinagre” (minha amiga cantora Eduarda Fadini).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DIÁLOGO ENTRE O ENÓLOGO E O CAIPIRA


- Hummm.. * Hummm... *
-Eca!
-Eca? Quem falou Eca?
- Fui eu, sô! O senhor num acha que esse vinho tá com um gostim istranho?
- Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas...
- Puta que o pariu! E o sinhor cherô isso tudo aí no copo, sô?
- Claro! Sou um enólogo laureado. E o senhor?
- Cebesta, eu não! Sou isso não sinhor!!! Mas que isso aqui tá me cherando iguarzinho à minha egüinha Gertrudes depois da chuva, lá isso tá!
- Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!
- O sinhor me discurpe, mas eu vi o sinhor sacudindo o copo e enfiando o narigão lá dentro. O sinhor tá gripado, é?
- Não, meu amigo. São técnicas internacionais de degustação, entende?
- Entendo. Lá no bar do Tiramãodaí a gente tumém tem umas mania esquisita..
- Ah, é? Os senhores também praticam degustação?
- Não, sinhor, só engolição. A gente olha bem a marvada, assim, contra o sol, que é pra ver se num tem barata dentro. Depois joga um tiquim pro santo e manda ver! A danada desce que só vendo! Sai carrascando tudo, bate lá no bucho e sobe qui nem rojão na festa da Trindade. Com meia dúzia, o pessoar já sai avançando nas saia das cumadre que é um disassussego! Às veiz sai inté tapa!
- Disgusting!
- Nossa Senhora! Nem me fale! Um desgosto danado! Já teve casamento desmanchado e tudo...
- Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. O senhor aprenderá como segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho então,...
- E antão molhar o biscoito, né? Tô fora, seu frutinha adamascada!!!
- O querido não entendeu. O que eu quero é introduzi-lo no...
- Mas num vai introduzir mas é nunca! Desafasta, coisa ruim!
- Calma! O senhor precisa conhecer nosso grupo de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens...
- Hã-hã... Eu sabia que tinha franceis nessa história lazarenta...
- O senhor poderia começar com um Beaujolais!
- Num beijo lé, nem beijo lá! Eu sô é homem, safardana!
- Então, que tal um mais encorpado?
- Óia lá, ocê tá brincando com fogo...
- Ou, então, um suave fresco!
- Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçando de vontade de lhe meter-lhe a mão na sua cara desavergonhada!!!
- Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!
- Num vô não, fio de um cão! Mas num vô, mermo!!! Num é questão de tamanho e firmeza, não, seu fióte de barbuleta. Meu negócio é outro, qui inté rima com barbuleta...
- Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?
- E que tal a mão no pé dovido, hein, seu fióte de Belzebu?
- Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?
- Eu vou acertar é um tapão nas suas venta, cão sarnento!!! Engolidor de rolha!!!
- Mole e redondo, com bouquet forte?
- Agora, ocê pulou o corguinho!!! E é um... e é dois... e é treis!!!
Num corre, não, fiodaputa! Vorta aqui, que eu te arrebento, seu bicha fedorenta.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

Taças de Vinho, sem elas não dá!


 Votes
            Para degustar adequadamente um vinho é importante que o mesmo seja tomado em taças próprias. Pode-se tomar vinho em um copo de água? Obviamente que sim, mas não se deve, da mesma forma que para jogar tênis há que se comprar uma raquete e para jogar futebol, uma chuteira. Lógico que, quanto melhor for o vinho, melhor devem ser as taças. A qualidade da “ferramenta” vai depender da qualidade de seu “jogo”. Deve-se observar, porém, que uma boa taça jamais irá melhorar um vinho ruim ou mal feito da mesma forma que, uma boa chuteira não melhorará seu jogo se você for um perna-de-pau!
                Para quem é mais exigente, tem grande disponibilidade financeira e uma adega recheada de grandes vinhos, existe um sem número de tipos de taça apropriadas para destacar os sabores de cada estilo de vinho. Parece frescura, mas, não é. Em um dos primeiros cursos que participei, tive a oportunidade de tomar um vinho de qualidade em uma taça adequada e depois o provei numa taça própria para água. Faça você mesmo este teste com um vinho de bom nível, como, por exemplo, o Espanhol, Sierra Cantabria Cosecha ou o Português Duas Quintas, e sinta a diferença. O vinho muda radicalmente! Se for um espumante então, nem se fala! A taça adequada é fator essencial para quem se aventura no mundo dos prazeres do vinho. As taças são formadas de um bojo e de uma haste, que existe por alguma razão.  O vinho estará levemente fresco, ou gelado no caso de alguns brancos, e a temperatura de sua  mão bem mais quente. Se você a segurar pelo bojo,  o calor de seu corpo esquentará o vinho. Desta forma, preferencialmente, não segure a taça pela base do bojo, segure-a sempre pela haste a não ser que você busque uma mudança na temperatura do vinho que, porventura, tenha sido servido muito frio.    
         Recomendo comprar algumas taças de boa qualidade, existem taças boas, mesmo que de vidro, já a partir de R$13,00 e algumas melhores e de cristal a partir de R$20,00 a 25,00 cada. As mais conhecidas são as taças para vinho Bordeaux, que atendem a grande maioria dos tintos, as de Bourgogne, que atendem principalmente vinhos da região da Borgonha, Beaujolais, Barbera, Nebiolo, etc., as taças para vinhos brancos e as para champagne e espumantes em geral. Cada taça tem sua peculiariedade uma vez que seu formato é desenvolvido em função das características de cada vinho e como este “ataca” a boca e seus pontos sensoriais. O importante é que a taça permita uma boa oxigenação do vinho liberando seus aromas de forma adequada. Na boca se sentirá a diferença pela forma como vinho entrará em contato com suas papilas gustativas despertando nuances especíificas.  Sirva cerca de 150ml (cerca de um terço) para que haja espaço para o vinho respirar e se abrir. Taça muito cheia não é elegante e não permite “circular” o vinho.
              É alta tecnologia meus amigos, mas, nada de preciosismos! Para nós mortais, basta ter taças para Bordeaux já que esta atenderá a todos os tintos de forma satisfatória, outra para vinhos brancos e uma última para espumantes. Se tiver uma graninha sobrando e gostar dos caros e excelentes vinhos da Borgonha (Bourgogne), inclua mais esta taça, assim como outra para Vinho do Porto/Madeira/Brancos de sobremesa. Para apreciar um vinho sentindo todas as suas nuances, não dá para tomá-lo em copo de requeijão! Meus amigos, então, ponham a mão no bolso e invistam neste fator essencial para aproveitar tudo o que um vinho pode lhe dar.
        tacas-schott-divapsd-custom.jpg
              Ah, mais uma coisa: Pelo amor de Deus, nada de taças coloridas!!  Parte do encanto do vinho, tanto do ponto de vista de percepção sensorial como de avaliação técnica, vem do visual e isto será inviável numa taça vermelha, ótima para decoração, porém, totalmente fora de propósito se você quiser usá-la para tomar vinho. Taças devem ser transparentes sem desenhos ou adornos. É importante que estejam bem limpas e livres de qualquer resíduo que possam atrapalhar a degustação do vinho. Tanto pelo aspecto da limpeza em si como no sentido da salvaguarda das mesmas já que, na sua maioria, são bastante frágeis, as minhas taças eu lavo pessoalmente com uma esponja usada somente para esse fim. Se a taça estiver guardada há um tempo e sem uso, ela poderá ficar com aqule tipico cheiro de armário. Passe um papel toalha com alcool, remédio santo!
                Das marcas importantes no mercado temos a onipresente Riedel de origem Austríaca, muito boa e normalmente cara, mas sempre existem promoções em que vale a pena comprar, porém existem varias outras boas opções no mercado. Vejam algumas; a Spiegelgau e Nachtman (do mesmo grupo e agora comprado pela Riedel), Hering e Strauss ambas Brasileiras, Bohemia de origem Checa, a Schott Zwiesel (foto acima do modelo Diva) de origem Alemã, que é a minha preferida tanto por seu design como, por se tratarem de taças mais resistentes em função do cristal ser elaborado com Titânio ao invés de chumbo, Luminarc Millesime e Arcoroc Tulipe, ambas Francesas e por ai vai. Tem taça para todos os bolsos, basta pesquisar um pouco. Para quem quer gastar menos, sugiro as taças da Rona, da Cristerna e da Royal Leerdam. Veja na site apropriado de compra e busca, algumas boas dicas de onde encontrar taças a preços convidativos. Um vinho servido numa boa taça e na temperatura adequada é meio caminho andado para uma boa refeição. “Bon apetit”

Materia retirada do Site:
Falando de Vinho.

Postada por:
Rodrigo Cacholi.



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

História do Vinho!

sábado, 24 de setembro de 2011

Degustando o que tem de bom!

Noções básicas de degustação
Arthur P. Azevedo
A degustação de vinhos deveria fazer parte da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Afinal de contas, todos deveriam conhecer um pouco desta técnica que é a degustação, para poder aproveitar o vinho em toda sua plenitude. No entanto, de forma incompreensível, se difundiu a idéia, errônea e preconceituosa, de que somente alguns privilegiados poderiam ter acesso a esta difícil prática. Os demais mortais estariam irremediavelmente condenados a apenas beber o vinho pelo resto de suas vidas.
Na verdade, qualquer indivíduo pode, e deve, aprender a degustar um vinho. Basta que tenha todos os seus sentidos funcionando e que conheça os princípios básicos da degustação.
Afinal o que é realmente degustar um vinho ?
Degustar um vinho é, nas palavras de Emile Peynaud, um dos maiores enólogos da França, submetê-lo aos seus órgãos dos sentidos, analisando-o atentamente. Em outras palavras, degustar é beber com atenção. A degustação, como técnica que é, não deve ser utilizada como meio de exibição ou de demonstração de dotes excepcionais, por indivíduos que são os responsáveis pela imagem pouco lisonjeira que os verdadeiros conhecedores de vinho têm. Deve-se degustar um vinho em local adequado, com boa iluminação e livre de odores, tomando-se o cuidado de servir o vinho em taças adequadas (padrão ISO/INAO, encontráveis nas boas lojas de vinhos) e na sua correta temperatura de serviço.
Para acompanhar os vinhos durante a degustação recomenda-se apenas água mineral (com ou sem gás) e pão francês simples, que devem ser consumidos entre um vinho e outro.
As fases da degustação
A degustação é dividida em três fases: análise visual, análise olfativa e análise gustativa, nesta ordem obrigatoriamente. Antes de se começar deve-se estar atento para a maneira de segurar a taça, sempre pela base ou pela haste e nunca pelo corpo do copo, para não alterar a temperatura do vinho e para não sujar o copo, dificultando a visualização do vinho
Análise visual
Esta talvez seja a mais negligenciada de todas as etapas da degustação de vinhos. Poucas pessoas param para apreciar a cor do vinho e para descobrir as pistas que o visual nos dá sobre a sua evolução, sua maturidade ou mesmo o seu teor de álcool.
Para bem analisar um vinho devemos estar atentos para a intensidade de cor, a tonalidade, a limpidez, a transparência e as lágrimas. Deve-se colocar vinho em cerca de 1/3 do copo e apreciar o vinho tanto ao nível dos olhos, como inclinado a 45o sobre uma superfície branca. Quanto à intensidade, um vinho pode ser mais ou menos escuro, dependendo da uva que lhe deu origem, da sua idade e da concentração de matéria sólida dissolvida no líquido (extrato).
A tonalidade de um vinho indica aproximadamente o seu grau de maturidade. De modo geral, podemos dizer que um vinho branco fica mais escuro com o envelhecimento e que os vinhos tintos ficam mais claros à medida que o tempo passa. É importante perceber, no caso de vinhos tintos e com o copo inclinado, se existem diferenças de tonalidade entre o centro o copo e as bordas, pois isto indica um grau de evolução e maturidade do vinho.
Os vinhos brancos geralmente começam sua vida com a cor amarelo-palha, evoluindo para amarelo-ouro e âmbar com o passar do tempo. Claro que isto depende um pouco do tipo de uva com a qual o vinho foi produzido. Existem certas variedades de uvas que dão origem a vinhos mais escuros, mesmo jovens.
Os tintos, pela presença inicial do pigmento antociano, azul, são de cor púrpura (roxo), quando jovens, evoluindo para vermelho-rubi, vermelho-granada e âmbar com a maturidade. Brancos e tintos terminam sua vida da mesma cor. Notem que dissemos terminam sua vida, pois o vinho, como um ser vivo, tem uma vida finita. Daí vem o ensinamento que a velha frase que diz ser um vinho quanto mais velho melhor, ser absolutamente falsa e desprovida de qualquer fundamento. Cada vinho tem o seu melhor momento de consumo e a análise visual nos dá boas indicações de quando será este momento.
A seguir verifica-se se um vinho é límpido, ou seja, se não tem partículas em suspensão e qual o seu grau de transparência, ou seja, o quanto o vinho deixa passar de luz.
Uma leve agitação do vinho permitirá que o mesmo escorra pelas paredes do copo, formando estruturas que são descritas como lágrimas ou arcos. Isto se dá por um fenômeno físico-químico, pela diferença de tensão superficial entre as diferentes substâncias do vinho. Quanto mais lágrimas um vinho mostrar e quanto mais finas forem estas lágrimas, maior será seu teor de álcool etílico (etanol). A velocidade com que as lágrimas escorrem pela parede do copo indicam a densidade do vinho, dependendo neste caso do extrato e da quantidade de glicerina.

Análise Olfativa
Quando você parar de agitar o vinho, durante a queda das lágrimas, é tempo de começar o próximo passo: a análise olfativa. Agitando o vinho, este se vaporiza e na fina película do líquido que recobre a parede interior do copo, este se evapora rapidamente. O resultado é uma intensificação dos aromas que se tornarão mais concentrados se o copo for mais estreito em sua porção superior. Deixe o vinho descansar por alguns segundos, coloque seu nariz diretamente no copo e aspire.
O vinho tem aromas diversos do de uva. A análise de seus componentes voláteis revela as mesmas moléculas que criam aromas que nos são familiares. Eis alguns exemplos: rosa, cereja, ameixa, amora, framboesa, maracujá, banana, pêssego, mel e baunilha. Até alguns aromas pouco comuns, tais como: alcatrão, couro, tabaco e bacon defumado, identificados por degustadores experientes, têm sua origem em substâncias com afinidades químicas básicas.
É notória a dificuldade de se encontrar palavras adequadas para descrever as complexas e efêmeras sensações olfativas que emanam de um copo de vinho. Para aumentar esta dificuldade, deve-se ressaltar que o aroma de um vinho está em constante evolução, mudando suas características com rapidez desde o momento em que é colocado no copo. Estes aromas também mudam se forem avaliados com o copo em repouso ou logo após uma breve agitação. Desta forma, numa degustação, deve-se freqüentemente reavaliar os aromas do vinho, captando-se estas mudanças.
Numa tentativa de facilitar a análise olfativa dos vinhos, poderíamos dividir teoricamente os aromas em primários - seriam os originários da própria uva, secundários - os originados do processo fermentativo e do amadurecimento em madeira (carvalho) e terciários - os originados do envelhecimento na garrafa e também conhecidos por bouquet.
Segundo Peynaud, também podemos classificar os aromas em famílias, como se segue:
==> Florais rosas, violetas, jasmins, acácias, etc.
==> Frutados cassis, cerejas, ameixas, pêssegos, limões, laranjas, etc.
==> Especiarias pimenta, cravo, canela, alcaçuz, noz-moscada, etc.
==> Animais caça, carne, pêlo molhado, couro, etc.
==> Vegetais palha, capim, feno, cana de açúcar, cogumelos, chá, fumo, etc.
==> Minerais vulcânico, petróleo, pedra de isqueiro, etc.
==> Balsâmicos resinoso, pinho, eucalipto, baunilha, etc.
==> Químicos odores da fermentação, fermento de pão, enxofre, esmalte de unha, mercaptano (aliáceo), cola de aeromodelo, removedor de esmalte, etc.
==> Empireumáticos odores associados a calor e fogo, tais como o alcatrão, tostado, defumado, caramelo, café torrado, piche, etc.
==> Outros aromas chocolate, mel, caixa de charutos, "sous-bois", etc.

Da mesma forma que a cor, os aromas do vinho oferecem pistas de seu caráter, origem e história. De uma maneira muito genérica e simplista poderíamos dizer que:
a) Nos vinhos jovens predominam traços de flores e frutas frescas ou vegetais, que evoluem com o envelhecimento do vinho para os aromas de frutas mais maduras, secas ou em geléia.
b) Nos vinhos mais envelhecidos predominam aromas animais ou de decomposição.
c) Nos vinhos brancos predominam aromas de flores brancas e amarelas ou de frutas brancas ou amarelas: maçã, pêra, abacaxi, melão, pêssego, maracujá, lírio, jasmim branco, etc.
d) Nos vinhos tintos percebemos aromas de flores ou frutas vermelhas: rosa, violeta, morango, cereja, framboesa, amora, groselha.
e) Os aromas típicos das diferentes variedades de uvas e porque não, até de algumas regiões vinícolas, podem ser reconhecidos em determinados vinhos.
A única maneira de se identificar com relativa facilidade os complexos aromas que os vinhos apresentam é se reativar nossa imensa capacidade de reconhecer os aromas existentes na natureza. Em outras palavras, temos que formar nossa memória olfativa. Isto se faz de forma sistemática e criteriosa, prestando atenção aos aromas existentes na natureza e no ambiente, procurando guardá-los na memória. Isto requer tempo e disciplina, além de muita dedicação no treino das técnicas de degustação. Em se tratando de vinhos, acredito que não será difícil treinarmos com afinco e porque não dizer, com grande prazer.

Análise gustativa
A última parte da avaliação sensorial do vinho diz respeito aos aspectos gustativos. É importante ressaltar que a expressão gosto abrange na verdade um conjunto de sensações: as gustativas, cutâneas e as olfativas retro-nasais. As sensações gustativas revelam quatro sabores: doce, salgado, ácido e amargo; a sensibilidade cutânea nos dá sensações táteis (adstringência, aspereza e maciez ou untuosidade), térmicas e dolorosas, que poderíamos definir como complementares; o olfato por sua vez fornece o aroma (sensações odoríficas retro-nasais), que é o componente mais importante do gosto, pois é o que mais influencia o caráter e determina a qualidade. Todas estas sensações são percebidas quase ao mesmo tempo, e por isso muitas vezes é difícil analisá-las, separá-las e atribuí-las com certeza a uma determinada modalidade sensorial.
Mais uma vez a técnica correta é essencial para uma completa avaliação. Leve o copo à boca e coloque uma quantidade suficiente, ou seja, o bastante para que o vinho possa percorrer toda a sua boca. Mantenha o vinho dentro da boca por cerca de dez a quinze segundos, fazendo-o manter contato com as diferentes partes da língua que identificam as sensações gustativas. Em outras palavras, deixe o vinho passear livremente pela boca, observando atentamente as diferentes sensações em cada região da língua e das mucosas.

Estas sensações referem-se aos sabores doce, salgado, ácido e amargo.

==> Doce no vinho, o sabor doce é provocado não só pelos açúcares residuais (frutose e glicose), mas também pelo álcool e pela glicerina (glicerol). Estas substâncias são melhor percebidas na ponta da língua e na fase de ataque (primeira fase da análise gustativa, logo que o vinho entra em contato com a boca) e são reconhecidas não apenas por sua doçura, mas também porque provocam sobre as mucosas da boca uma sensação tátil de maciez e untuosidade.
==> Salgado é um sabor raramente encontrado nos vinhos. É descrito, às vezes em vinhos de regiões muito próximas ao oceano, sendo o Jerez na Espanha o exemplo mais citado.
==> Ácido proveniente no caso dos vinhos, dos ácidos próprios da uva (tartárico, cítrico e málico) ou dos ácidos provenientes da fermentação alcoólica (succínico, láctico e acético). Estas substâncias são percebidas nas bordas laterais da língua, também na fase de ataque e reconhecidas pela salivação fluida e abundante que provocam.
==> Amargo os taninos podem provocar uma sensação de amargor discreto (em vinhos jovens de boa qualidade) que é melhor sentido no fundo da língua, ou mesmo nenhum amargor (se estes taninos forem muito finos e maduros). O amargor intenso e desagradável é, sempre que presente, um defeito ou uma doença do vinho.

A amplitude destas sensações gustativas pode ser aumentada através de técnicas especiais, que são mais apropriadas para as salas de degustação do que para ocasiões sociais. Inicialmente segure o vinho na boca e, com os lábios entreabertos, inale uma pequena quantidade de ar. Isto criará um turbilhonamento, que acelerará a vaporização do vinho, intensificando os aromas. A seguir, mastigue o vinho vigorosamente para retirar do mesmo cada sutil matiz de sabor.

Nesta fase, deve-se proceder a avaliação do chamado corpo do vinho, que é a sensação de peso que o vinho aparenta ter na boca. Pode ser definido ainda como o quão diferente da água o vinho em questão aparenta ser. O corpo do vinho está diretamente relacionado com o seu teor alcoólico - a quantidade de etanol do vinho e com o seu extrato - a quantidade de material sólido diluído no vinho.
O álcool também poderá excitar os receptores térmicos da língua, provocando uma falsa sensação de calor, freqüentemente acompanhada de uma ligeira ardência na mucosa bucal, além de provocar uma sensação de doçura e maciez.
A concentração de sabores
Um conceito fundamental que hoje, mais do que nunca, é muito valorizado na degustação de um vinho diz respeito à concentração dos aromas e sabores na boca. No jargão da degustação costuma-se referir a este aspecto como o "meio de boca", que num bom vinho deve ser preenchido pelos seus aromas e sabores de frutas. Aqui deve-se valorizar a qualidade e a concentração do vinho, na verdade o quanto de prazer que este vinho nos dá na boca. Cuidado no entanto para não subestimar os vinhos mais sutis, que possuem aromas e sabores delicados. Não se deixe impressionar pelos vinhos super-extraídos e freqüentemente muito alcoólicos, que costumam ser massivos e sem elegância.
A persistência aromática intensa e o aroma de boca
Denomina-se persistência aromática intensa a duração dos aromas e dos sabores de um vinho na boca, antes que estes diminuam de forma acentuada. Quanto mais prolongada for esta sensação, mais valorizado será um vinho. Este tempo de duração, medido em segundos, nos grandes vinhos pode ultrapassar a marca de um minuto.
Diz-se que um vinho tem curta persistência quando a duração for menor que 4 segundos, média persistência quando o tempo for de 5 a 7 segundos e longa persistência quando o tempo for de 8 ou mais segundos.
Após a deglutição do vinho, expire lentamente através da boca e do nariz. Isto fará com que os aromas atinjam o bulbo olfativo pela via retro-nasal, que liga a garganta e o nariz, constituindo-se numa rota alternativa para os aromas, prolongando seus efeitos por muito tempo após o vinho ter sido ingerido. É o que se costuma chamar de retro-olfato. Você descobrirá que quanto melhor for o vinho, seus aromas residuais serão mais complexos, profundos e duradouros.
Este é um momento sublime, de reflexão e comunhão, que só o vinho é capaz de proporcionar. Um grande vinho costuma ter aromas no retro-olfato diferentes dos aromas diretos. Quanto mais aromas novos surgirem, mais valorizado deve ser o vinho.

Adstringência: a qualidade dos taninos
Ainda no final de boca, perceba se existe algum sinal de adstringência, que é a sensação de secura na boca. Esta adstringência é provocada pelos taninos, que têm uma ação coagulante sobre a saliva. Quanto mais grosseiro for o tanino, maior a sensação de adstringência percebida na boca. Lembre-se que vinhos tintos jovens podem possuir taninos mais agressivos, que variam de intensidade de acordo com a variedade de uva. De qualquer forma, uma excessiva adstringência, independente da idade ou da varietal usada no vinho é um sinal preocupante de falta de delicadeza na vinificação ou de uvas colhidas antes de atingir seu máximo grau de maturidade fisiológica. Isto se traduz em taninos verdes e grosseiros, que muito provavelmente não melhorarão no período de envelhecimento na garrafa, por mais longo que seja o tempo de adega. Os grandes vinhos, mesmo jovens, possuem taninos maduros e macios que jamais agridem a mucosa da boca ou causam adstringência excessiva.
Ao final da avaliação gustativa, deveremos ainda correlacionar todas as sensações percebidas, expressando um conceito de difícil definição, que é o de equilíbrio e harmonia do vinho.
O equilíbrio do vinho
O equilíbrio gustativo é o resultado da complexa interação entre as substâncias que formam a estrutura do vinho, isto é, álcool, taninos, açúcares, extrato e ácidos. No caso dos vinhos brancos devemos analisar a relação entre os açúcares (se o vinho for doce) e o álcool, que conferem maciez ao vinho, em contraposição à acidez presente no mesmo. No caso dos vinhos tintos, os elementos a serem apreciados são a acidez, os taninos e o álcool. Quanto mais correta e equânime for a relação entre os elementos, melhor será o equilíbrio e a harmonia do vinho analisado.
Para finalizar, lembre-se de que a degustação de vinhos deve ser encarada como uma grande diversão e acima de tudo, ser extremamente agradável, constituindo-se numa inigualável atividade intelectual, que deve ser praticada com grande paixão.
Bibliografia
1. Emile Peynaud: Le Gôut du Vin
2. Giancarlo Bossi: Teoria e Prática da Degustação de Vinhos
3. Marian W. Baldi: The University Wine Course
4. Michael Broadbent: Winetasting - How to Approach and Appreciate Wine
5. Tom Stevenson: The New Sotheby's Wine Encyclopedia
6. Jancis Robinson: Wine Course
7. Jancis Robinson: The Oxford Companion to Wine
Texto de Arthur P. Azevedo.
                                                                                                                            POSTADO POR.
                                                                                                                         RODRIGO CACHOLI.